Não há nudez mais constrangedora que a da alma,
Há quem passe anos construindo personagens pelo medo de se expor,
Por medo de não se encaixar ou parecer ridículo.
E de repente, numa tarde qualquer a verdade os afronta
enquanto tomam um café,
A máscara cai e leva junto o chão abaixo de seus pés,
Nessas horas, só resta a tentativa patética de ignorar o
tapa recebido.
Mesmo passando horas debaixo do chuveiro ainda há a sensação
de que as bochechas estão vermelhas,
E uma sensação agridoce permanece em seus pensamentos,
E por fim a conclusão: ser descoberto
na verdade sempre foi a intenção.
Personagens são criados para a multidão,
Enquanto não encontram alguém que os permita ser patéticos sem
julgamentos,
Poder ser reais pelo menos por alguns momentos antes de
retornar para o frio baile de máscaras de todos os dias.