sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Será (não é a musica de Legião Urbana)

Será que existe mesmo uma única pessoa destinada a amar e completar outra?
Será que a alma gêmea é mais que uma lenda?
Será o destino maior que o livre arbítrio?

E se, de fato existir, seria você minha metade?
Você, o visitante dos meus pensamentos?
Aquele que trouxe uma estranha calmaria?

Será o verdadeiro amor esse, tão fraternal?
Será esse o segredo? Companheirismo?
Ou será que tudo isso servirá apenas como recheio desse poema?

Como viverei longe das guerras provocadas pela paixão?
Como se pode controlar um incêndio sem matá-lo?
O que trará o futuro? E se fosse amor, eu não saberia?

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Isso não é um poema

Quando você partiu, demorou um longo tempo até que eu me acostumasse com as lembranças espalhadas ao sabor do vento, e toda noite tua lembrança vinha me ninar. Depois de um tempo passei a notar que não eram as lembranças mais bonitas que vinham primeiro, apenas aquelas em que havia muito suor e pouca roupa. Mas bastava, ainda era o suficiente.
E quando me perguntavam sobre teu retorno, bem lá no fundo te imaginava com as malas nas mãos, voltando pra ficar, mesmo que da minha boca só saísse: É definitivo, não haverá retorno algum! E assim os dias se arrastavam, teus sinais de fumaça chegavam dia após dia e era como se isso me bastasse.
De repente o homem nú das minhas lembranças foi se tornando cada dia menos significante, como se nunca eu o tivesse conhecido de fato, e quando pude enfim te ver de novo, sem o ódio do abandono, vi que não restava mais nada, aquele turbilhão de emoções e sentimentos que só você sabia ligar dentro de mim havia desaparecido por inteiro, quando ouvi de novo a pergunta que me fazia te ver voltando pra mesma casa antes tão vazia e pronunciei a mesma resposta ensaiada e pela primeira vez na minha vida, ela não era mais uma mentira.
Nunca desprezei tanto o sentimento de liberdade, nunca me aborreci tanto por ter o que queria, nunca desejei tanto mentir pra mim mesma. Foram dias de choro, musicas de gosto duvidoso e, claro, xingamento a coisas triviais.
Pela primeira vez em anos eu não sofria a sua falta, mesmo grande parte de mim querendo lamenta-la, apenas pra me sentir humana mais uma vez...

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Estatristica

Vários dias se passaram e aquela velha angustia se perpetuava,
Agonia conhecida de tão longa data que já podia se dizer íntima,
Tudo baseado em suspeitas, suspeitas essas que nunca haviam falhado

Mas dessa vez, havia algo diferente,
Havia uma enorme vontade de achar um simples erro de calculo
Talvez revendo a estatística

Nada! A certeza arrogante permanecia intacta
Não restava alternativa a senão rejeitar a hipótese de que tudo permanecia como era antes
E assim seria....

Assim seria se as coisas do coração fossem validadas por números
Mas felizmente não são.

Então só dessa vez, não custava nada viciar os dados,
E enxergar aquilo que bem entendia, apenas para que o sono voltasse de uma vez.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Felizes por agora



Se hoje te amo é por que não posso

Se agora penso em você todo dia


É por que não pensei antes



E na verdade só te quero por isso

Por ter certeza que é impossível,

Apenas por representares algo irreal



E não pense que digo isso como quem lamenta,

Pelo contrario, exalto só sentir agora

E não outrora, quando podíamos



Não espero que ninguém entenda

Apenas cansei doa amores náufragos

Prefiro agora os platônicos

Os pálidos, frágeis e tísicos amores platônicos

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Quinze Minutos


Certezas que duram quinze minutos,
Certezas que se renovam a cada quinze minutos, ou não.
Bobas certezas, mas ainda sim, certeiras.

Vontades que duram quinze minutos,
E se renovam de vez em quando, ou de vez em sempre.
Impossíveis vontades, ainda sim, vorazes.

Paixões que duram quinze minutos,
E se renovam mais do que deveriam, ou que morrem sem permissão.
Estupidas paixões, ainda sim perfeitas em si mesmas.

Alegria, tristeza, entusiasmo, desanimo, riso, choro,
Coisas que duram quinze minutos naturalmente,
Mas que são renovadas a gosto na receita da vida de cada um.

domingo, 12 de junho de 2011

12/06/2011


Pensei que esse ano acabaria a tradição
De ver sentimentos despedaçados nesse dia.

Mas não seria a mesma coisa
Se você não reaparecesse depois de tantos anos
Só para lembrar de como parti teu coração
O quanto meu amou, e que acabou de vez.

E me lembrar da minha escolha,
De nunca criar raízes,
De sempre achar uma desculpa para partir.

A minha escolha de ter muitas lembranças,
Mas nunca me perder na embriaguez da paixão.

De continuar sendo uma chama,
Que sempre se esvai por qualquer brecha.

Ou de ser uma ventania
Que consegue escapar por entre os dedos.

Nasci para ser o maior amor da vida de vários alguéns
Mas não para ser o ultimo de nenhum deles.

O que posso fazer?
Sou passional demais para me arrepender das minhas decisões
Mas racional o suficiente para questionar
Onde essas mesmas escolhas estão me levando.

domingo, 15 de maio de 2011

Quem importa

Quer saber quem realmente importa? 
Relembre quem estava lá durante todo o percurso.
Quem riu e chorou com você, quem cantou "parabens pra vc" todos os anos. 
Quem odiou seu vestido ou seus brincos e reclamou na mesma hora. 
Quem não te define com o clichê bonita e muito inteligente que já soa falso por ser uma resposta pronta. 
Quem pode te ferir com a sinceridade, mas jamais te matará com mentiras. 
Quem te vê como erva daninha e não como rosa, mas consegue enxergar a beleza disso.
Quem presenciou seus micos mais impagaveis e disse: acontece com todo mundo.
Aquelas pessoas que voce pode passar anos e anos sem trocar uma palavra, um olhar, mas toda vez que você as reencontra parece que so se passaram alguns minutos desde a ultima conversa. 
Quem vc pode conversar pra sempre e o asunto nunca vai acabar. Quem voce pode confiar quando ouvir um elogio e te fazer sentir como é ganhar na loteria nesse momento.
Esses são quem realmente importa pra mim, não procuro pessoas perfeitas pois essas seriam um tédio, procuro pessoas passionais, cheias de defeitos porém vivas!

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Garota do Espelho

A garota do espelho continua lá
Se achando gorda,
Descobrindo defeitos monstruosos dento de si mesma.

A garota do espelho continua lá
Testando um novo corte de cabelo,
Se sentido o máximo depois de uma repaginada.

A garota do espelho continua lá
Focada em seu trabalho, sua carreira,
Sonhando com um Nobel pra si.

A garota do espelho continua lá
Mas não mais tão boazinha como antes
Agora possui um veneno ácido para se defender.

A garota do espelho já não está lá
Percebeu que não há tempo,
Dane-se o espelho, há vida lá fora!

sábado, 12 de março de 2011

Coisas Avulsas

 

Pessoas amam ideais.
Pessoas perseguem a perfeição.
Como isso é chato!

O que me fascina nas pessoas são os defeitos,
O lado sombrio de cada um.
Isso é o que no torna reais.

Não consigo lidar com principes encantados em cavalos brancos,
Sou amante dos herois picarescos, do jeitinho brasileiro e suas trapaças.
Fiz-me anti-heroi
Fiz-me anti-padrão
Por que essa é a única forma que conheci de ser livre,
Foi assim que aprendi a voar.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Amor Tranquilo

Estou precisando de um amor tranquilo,
Desses que não te tiram o sono,
Desses que não te arranquem o sossego,
Dos que nunca roubam a tua paz
Que não te levam ao desespero,
Que jamais te impulsionaria a uma loucura
Que não levam embora a sanidade.


Estou precisando de um amor tranquilo
Desses que te mantém consciente
Desses que te deixam estudar
Dos que te mantém a tanquilidade.


Quero um amor previsível
Onde eu possa passar horas falando sem dizer muita coisa.
Quero me reconhecer, mesmo quando ao teu lado.


Chega de amor telepático!
Chega de amor incêndio!
Chega de paixão insana!


A partir de hoje, quero um amor que mantenha meus pés no chão
Pois pode-se afundar ao caminhar nas nuvens


Quero um amor feito de mármore,
Pois o de chama não pode ser manipulado ou contido.


Quero um amor tranquilo,
Quero um amor previsível,
Quero um pseudo amor.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

(in) Certezas (in) Verdades

Esse é do dia 13/05/2008


Minhas  ridículas certezas
Levam-me apenas ao incerto
Minhas improváveis verdades
Tornam-se mentiras quando te vejo.

Pois a certeza de quem sou,
Se vai aos poucos em tua presença
A verdade é que te quero,
Mas minto, travo, não sei ao certo.

As palavras tornam-se
A cada dia, inimigas mortais
Antes, minhas cúmplices
Hoje, já não me ajudam, fogem.

Assim morro, sem verdade ou certeza
Já que meu corpo aqui fica
Sorrindo falsamente.

Enquanto a minha pobre alma
Já não vive, já não ri
Porque tu a levaste cativa.



Cris Serra


sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

A ninfa de marmore


Qual o sonhador que pôde um dia vislumbrar
A tão maravilhosa e espantosa cena
De ver uma pedra jorrando sangue?
Antes de tua passagem por mim,
Eu era mármore e adorava minha frieza
Era um belo personagem, inalcançável, superior.
A tua imperfeição fez nascer em mim compaixão
Amparei-te em meu colo, e ao te ninar,
Fiz-me carne, para minha própria desgraça.
Por conhecer tão bem a tua alma e saber quão miserável era,
Eu te perdoaria por qualquer barbárie que cometesse
Por isso, exigi de ti apenas sinceridade, o resto não importava.
Me destes sentimentos sublimes, fez-me conhecer o altruísmo,
De tal forma que ofertaria minha própria vida pela tua felicidade
Em nome da gratidão que sentia por quem tinhas me tornado.
Mas em um amanhecer qualquer, ao tocar meu peito,
Sentiu batidas, minha alma havia sido aquecida de tal forma,
Que agora todo meu corpo ardia como brasa.
Nesse vil momento, sacando um punhal afiado,
Arrancou com tuas próprias mãos o coração que me dera
E como um troféu, pendurasse em cima da tua lareira.
Não pude voltar a minha forma original,
Os sentimentos humanos haviam se perpetuado,
Mas agora sem coração, não poderia amar novamente.
E foi assim que me tornei esse monstro sedento de sangue,
Essa fera que te espreita aguardando atenta
A oportunidade de dar tua carne aos corvos e pendurar tua cabeça em um parede.
Mostraste-me o melhor e o pior de mim,
E acredite, sou mais cruel do que podes imaginar,
Ate breve, no nosso acerto de contas.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Isso não me parece justo

Tanto tempo, tantas provações,
e as loucuras, e os malabarismos,
os momentos de fuga,
Tudo uma grande bagunça.

Parecia que não era pra valer...
Então por que se preocupar tanto?
Pra quê tantas regras?
Não havia motivo para toda essa preocupação.

Isso é o que acontece quando se tenta conciliar
a razão e o desespero,
a razão planeja, desenha, calcula
enquanto para o desespero só vale o agora
e o depois é daqui a um segundo.

O que ninguem sabia, é que tudo aquilo,
toda aquela confusão se chamava amor...
Amor tão grande, amor tão complicado...

O que fazer se o amor não é suficiente para conciliar razão e desespero?
Isso não me parece justo:
Duas almas que se amam tanto sofrendo em camas separadas
enquanto poderiam se entender em uma só.